segunda-feira, 17 de novembro de 2008

O escritor e as palavras...


Depois de um breve silêncio, resolvi voltar!

E, como já bem dizia Johan Wolfgang Von Goethe:
"O escritor é um homem que, mais do que qualquer outro, tem dificuldade para escrever"

Parando pra pensar,
Não é estranho?!
Saber que a escrita faz parte do seu dia-a-dia e não conseguir escrever?!
Mas, às vezes me vejo assim:
Perdida em meio a tantas palavras sem saber transferí-las com exatidão para o papel.

Penso que seja mais fácil escrever quando não se sabe...
Pois, o pensamento ganha forma sem precisar de fórmulas.
Foge às regras.
Retrata os sonhos.
Entrega-se sem medo à folha em branco.

O que faz um ser inanimado, como o papel, às vezes ser um obstáculo em minha vida?
Por que na hora de retratar o cotidiano as palavras me são tão amáveis e em outras ocasiões não?

Será que me falta aprender a escutá-las?
Ou apenas me entregar a elas?

Muitas perguntas sem respostas.
Respostas que espero ter com o tempo.

Talvez,
Se todos escritores fossem tão ousados na escrita quanto o são nos pensamentos,
Certamente não teriam tanta dificuldade em escrever.

Acredito que os escritores são como Abraão: pai de muitos filhos.
Possuem uma descendência numerosa. Impossível de contar.

Também são como a mulher grávida:
Sentem todas as dificuldades e alegrias da gestação,
As dores do parto e a felicidade do nascimento.

Pois,
Cada texto é único e amado.
Cada palavra representa um pouquinho de sua genética.
Cada detalhe é importante.

Enquanto me encontro nesse mar de dúvidas e incertezas,
Vou deixando-me conduzir pelas palavras
Que ora querem nascer, ora querem morrer
Ora querem brincar, ora querem dormir
Ora querem sorrir, ora querem chorar...

Mas que no fundo só querem uma coisa:
Encontrar...

O papel que as abracem,
A tinta que as entendam,
A mão que as revelem,
A idéia que as encoragem,
E um coração que as acolham!

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

O Silêncio...



O silêncio é doçura:
Quando não respondes às ofensas,
Quando não reclamas os teus direitos,
Quando deixas à Deus a defesa da tua honra.


O silêncio é misericórdia:
Quando te calas diante das faltas de teus irmãos,
Quando perdoas sem remoer o passado,
Quando não condenas, mas intercedes em segredo.

O silêncio é paciência:
Quando sofres sem te lamentares,
Quando não procuras consolação junto aos homens,
Quando não intervéns, esperando que a semente germine lentamente.

O silêncio é humildade:
Quando te apagas para deixar aparecer teu irmão,
Quando, na discrição, revelas dons de Deus,
Quando suportas que tuas ações sejam mal interpretadas,
Quando deixas os outros a glória da obra inacabada.

O silêncio é fé:
Quando te apagas, sabendo que é Ele quem age...
Quando renuncias às vozes do mundo para permanecer na Sua presença...
Quando te basta que só Ele te compreenda!
Que esta fonte jorre sentimentos de AMOR!!

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Quando me amei de verdade...


Charles Chaplin

Quando me amei de verdade, compreendi que em qualquer circunstância eu estava no lugar certo, na hora certa, no momento exato. E, então, pude relaxar.
Hoje sei que isso tem nome: Auto-estima.

Quando me amei de verdade, pude perceber que a minha angústia, meu sofrimento emocional, não passa de um sinal de que estou indo contra as minhas verdades.
Hoje sei que isso é Autenticidade.

Quando me amei de verdade, parei de desejar que a minha vida fosse diferente e comecei a ver que tudo o que acontece contribui para o meu crescimento.
Hoje chamo isso de Amadurecimento.

Quando me amei de verdade, comecei a perceber como é ofensivo tentar forçar alguma situação ou alguém apenas para realizar aquilo que desejo, mesmo sabendo que não é o momento ou a pessoa não está preparada, inclusive eu mesmo.
Hoje sei que o nome disso é Respeito.

Quando me amei de verdade, comecei a me livrar de tudo que não fosse saudável: Pessoas, tarefas, tudo e qualquer coisa que me pusesse para baixo.
De início, minha razão chamou essa atitude de egoísmo. Hoje sei que se chama Amor-Próprio.

Quando me amei de verdade, deixei de temer meu tempo livre e desisti de fazer grandes planos, abandonei os projetos megalômanos de futuro. Hoje faço o que acho certo, o que gosto, quando quero e no meu próprio ritmo.
Hoje sei que isso é Simplicidade.

Quando me amei de verdade, desisti de querer ter sempre razão e, com isso, errei muito menos vezes. Hoje descobri a Humildade.

Quando me amei de verdade, desisti de ficar revivendo o passado e de me preocupar com o Futuro. Agora, me mantenho no presente, que é onde a vida acontece.
Hoje vivo um dia de cada vez. Isso é Plenitude.

Quando me amei de verdade, percebi que a minha mente pode me atormentar e me decepcionar. Mas quando eu a coloco a serviço do meu coração, ela se torna uma grande e valiosa aliada.

Tudo isso é Saber Viver!

Não devemos ter medo dos confrontos.
Até os planetas se chocam e do caos nascem as estrelas.

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Se ...


Se consegues manter a calma quando à tua volta
Todos a perdem e te culpam por isso,
Se consegues manter a confiança em ti próprio quando todos duvidam de ti,
Mas fores capaz de aceitar também as suas dúvidas;
Se consegues esperar sem te cansares com a espera,
Ou, sendo caluniado, não devolveres as calúnias;
Ou, sendo odiado, não cederes ao ódio,
E, mesmo assim, não pareceres paternalista nem presunçoso:

Se consegues sonhar – e não ficares dependente dos teus sonhos;
Se consegues pensar – e não transformares os teus pensamentos nas tuas certezas;
Se consegues defrontar-te com o Triunfo e a Derrota
E tratar do mesmo modo esses dois impostores;
Se consegues suportar ouvir a verdade do que disseste,
Transformada, por gente desonesta, em armadilha para enganar os tolos,
Ou ver destruídas as coisas por que lutaste toda a vida,
E, mantendo-te fiel a ti próprio, reconstruí-las com ferramentas já gastas:


Se és capaz de arriscar tudo o que conseguiste
Numa única jogada de cara ou coroa,
E, perdendo, recomeçar tudo do princípio,
Sem lamentar o que perdeste;
Se consegues obrigar o teu coração e os teus nervos
A ter força para aguentar mesmo quando já estão exaustos,
E continuares, quando em ti nada mais resta
Que a Vontade que lhes diz: “ Resistam!”


Se consegues falar a multidões sem te corromperes,
Ou conviveres com reis sem perder a naturalidade,
Se consegues nunca te sentir ofendido
Seja por inimigos, seja por amigos queridos;
Se todos podem contar contigo, mas sem que os substituas;
Se consegues preencher cada implacável minuto
Com sessenta segundos que valham a pena ser vividos,
É tua a Terra e tudo o que nela existe,
E – o que é ainda mais – então, meu filho,
Serás um Homem.

(Rudyard Kipling)

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Pra Despertar





Toda dança que eu danço,
cada movimento é pra você,
É pra você!
Todo poema que escrevo,
cada verso e ponto são pra você,
Pra te dizer!

Toda canção que eu canto,
cada nota é o que você
desperta em mim!
Todo desenho que eu faço,
cada traço é você
refletido em mim!

Toda noite que chega,
peço ao universo luz pra você,
pra mim e pra você;
Todo dia que nasce,
digo ao sol um verso e penso em você,
só em você;

Toda beleza que eu vejo,
desejo abrir meu coração,
e ali guardar pra você ver;
Em todo beijo e abraço,
em cada passo é você
quem vai me mostrar... quem você é.

Porque eu já te chamei, eu já te falei:
a minha vida não é como pensam por aí,
O meu caminho é cigano, eu sei,
mas o meu coração só quer um lugar!

Eu sonho, invento, crio, mas os pés firmes no chão;
Felicidade não está no outro, já aprendi a lição,
mas no que podemos juntos construir nessa vida!

Vem, vem comigo escrever uma história!
Tenho tanta coisa pra te dizer, pra te mostrar;

O que seria o amor sem se doar;
O que seria o carinho sem alguém pra o receber;
O que seria essa alegria sem você;
O que seria essa canção sem você pra escutar!

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

O Primeiro Olhar


Anjos de Resgate


Quando nós trocamos o primeiro olhar
O meu coração pediu pra se apaixonar
Igual ao sol que nasce e só pertence ao dia
Quando nasci o meu amor já te pertencia.

Se não existisses eu te inventaria
As estrelas se eu pudesse te daria
Prometi a Deus que ao céu vou te levar
E vou gritar pro mundo ouvir
Que sempre te amei e vou te amar.

Foi no primeiro olhar que eu te consagrei o meu amor
E nada vai nos separar na alegria ou na dor
O mundo não verá o nosso amor se acabar.
Logo no primeiro olhar Deus nos casou

E escreveu seu nome e o meu no azul do céu
Pra sempre vou te amar.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Paisagem do amor

(parte do poema Mar Oceano - Mário Quintana)
"Vou andando feliz pelas ruas sem nome...
Que vento bom sopra do Mar Oceano!
Meu amor eu nem sei como se chama,
Nem sei se é muito longe o Mar Oceano..."

...

Para alguém que vai chegar...
Como é bom sentir a brisa tocar a face. Como é bom abrir os braços e acolher o perfume do mar. Como é bom se deliciar com o som das ondas que quebram na praia. Como é bom viajar no arco-íris do amor. Como é bom contemplar o sol se pôr. Como é bom...

Muito bom seria ter você aqui para sentir toda esta beleza. Mas, embora ainda não estejamos juntos e nem ao menos saiba teu nome, sei que também pensas em mim a todo instante e principalmente quando vês o mar. Nossos corações e pensamentos são um só. Deus nos uniu antes mesmo de nascermos. Muito em breve estaremos juntos e, enfim, agradeceremos a Deus pelo nosso amor!

terça-feira, 15 de abril de 2008

Longe do Mar ...


Eu olho pela janela,
Eu vejo o mundo lá fora
Onde as ruas não têm esquinas
Onde perde-se o meu olhar

Eu vejo uma luz no cerrado,
Nuvens, o céu perto de nós
A cidade onde quade tudo foi planejado,
De novas idéias e canções

Eu sou da Capital,
Eu moro longe do mar
Mas não me leve a mal,
Eu vôo nas asas da cidade
Que aprendi a amar

Eu olho pela janela,
Eu vejo o mundo lá fora
Onde as ruas são tão largas,
Que idéias costumam não se encontrar

Eu vejo uma luz no horizonte,
Vontades e indignação
Repugnância aos indivíduos
Que fazem da vida uma corrupção

Eu sou da Capital,
Eu moro longe do mar
Mas não me leve a mal
Eu vôo nas asas da cidade
Que aprendi a amar

Mas não me leve a mal...

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Sobre amor, rosas e espinhos

Pe. Fábio de Melo

O amor é equação onde prevalece a multiplicação do perdão

Amor, que é amor, dura a vida inteira. Se não durou é porque nunca foi amor.

O amor resiste à distância, ao silêncio das separações e até às traições. Sem perdão não há amor. Diga-me quem você mais perdoou na vida, e eu então saberei dizer quem você mais amou.

O amor é equação onde prevalece a multiplicação do perdão. Você o percebe no momento em que o outro fez tudo errado, e mesmo assim você olha nos olhos dele e diz: "Mesmo fazendo tudo errado, eu não sei viver sem você. Eu não posso ser nem a metade do que sou se você não estiver por perto".

O amor nos possibilita enxergar lugares do nosso coração os quais sozinhos jamais poderíamos enxergar.

O poeta soube traduzir bem quando disse: "Se eu não te amasse tanto assim, talvez perdesse os sonhos dentro de mim e vivesse na escuridão. Se eu não te amasse tanto assim talvez não visse flores por onde eu vi, dentro do meu coração!"

Bonito isso. Enxergar sonhos que antes eu não saberia ver sozinho. Enxergar só porque o outro me emprestou os olhos, socorreu-me em minha cegueira. Eu possuía e não sabia. O outro me apontou, me deu a chave, me entregou a senha.

Coisas que Jesus fazia o tempo todo. Apontava jardins secretos em aparentes desertos. Na aridez do coração de Madalena, Jesus encontrou orquídeas preciosas. Fez vê-las e chamou a atenção para a necessidade de cultivá-las.

Fico pensando que evangelizar talvez seja isso: descobrir jardins em lugares que consideramos impróprios. Os jardineiros sabem disso. Amam as flores e por isso cuidam de cada detalhe, porque sabem que não há amor fora da experiência do cuidado. A cada dia, o jardineiro perdoa as suas roseiras. Sabe identificar que a ausência de flores não significa a morte absoluta, mas o repouso do preparo. Quem não souber viver o silêncio da preparação não terá o que florir depois...

Precisamos aprender isso. Olhar para aquele que nos magoou e descobrir que as roseiras não dão flores fora do tempo nem tampouco fora do cultivo. Se não há flores, talvez seja porque ainda não tenha chegado a hora de florir. Cada roseira tem seu estatuto, suas regras... Se não há flores, talvez seja porque até então ninguém tenha dado a atenção necessária para o cultivo daquela roseira.

A vida requer cuidado. Os amores também. Flores e espinhos são belezas que se dão juntas. Não queira uma só. Elas não sabem viver sozinhas... Quem quiser levar a rosa para sua vida, terá de saber que com ela vão inúmeros espinhos. Mas não se preocupe. A beleza da rosa vale o incômodo dos espinhos... ou não.

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Fonte: fabiodemelo.com.br

Padre Fábio de Melo SCJ - é professor no curso de teologia, cantor, compositor, escritor e apresentador do programa "Direção espiritual" na TV Canção Nova.